Dando continuidade à programação da Feira do Meio Ambiente, o Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (JB-UFRRJ) recebeu, na quinta-feira (06/06), dezenas de visitantes. O evento, que fez parte da Semana Rural 2024, contou com bolsistas do Proverde apresentando suas pesquisas no JB, e fazendo dinâmicas como trilhas e jogos para compartilhar informações de suas áreas de estudo.
O Jardim ficou movimentado ao receber turmas de ensino fundamental e médio, moradores da região, entre outros. O casal de ex-ruralinos, Ellen Cristine e Rafael Medeiros, ficou feliz ao ver a programação do JB. Para eles, atividades como essa podem incentivar alunos de ensino fundamental e médio a prosseguir para o ensino superior. “Foi uma novidade boa a exposição dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Jardim. Não é só um passeio, é um incentivo mesmo de prolongar os estudos”, disse Ellen.
O casal conta que é ainda mais interessante porque, anos atrás, quando estudavam na Rural, o JB não era movimentado assim. “Eu fiquei 5 anos da minha graduação sem entrar aqui. Até pessoas que estudaram aqui não conheciam. Então, hoje ter esse tipo de trabalho para atrair os alunos para visitar o Jardim Botânico é muito importante”, comentou Rafael.
O objetivo do projeto da pesquisadora Bianca Camargo é divulgar informações sobre as plantas aromáticas do Jardim Botânico. Na apresentação, ela falou sobre os óleos essenciais, seus compostos e para que eles podem ser usados. Como atividade interativa, a estudante de agronomia levou seis essências: lavanda, cravo, aroeira (pimenta rosa), alecrim, laranja doce e hortelã. Na dinâmica, ela colocava gotas de essências em uma fita de papel e desafiava os visitantes a descobrirem a planta que fornecia aquele aroma.
O estudante de agronomia Rafael Labat apresentou seu projeto sobre a bioprospecção de Agaricomycetes silvestres em fragmentos da mata atlântica. O objetivo é fazer uma coleção viva e herbário na UFRRJ. Na apresentação, ele levou algumas das amostras coletadas em campo e os visitantes puderam identificar características micro e macroscópicas das espécies.
O tema da bolsista Maria Carolina Rocha é a conservação das espécies da família Myrtaceae ameaçadas de extinção. Para a dinâmica, ela decidiu aguçar os sentidos dos visitantes com óleos essenciais de cravo e eucalipto, e degustação da geleia de jambo. O resultado foi um público participativo. “Eles trazem um novo olhar sobre a natureza”, disse a estudante de engenharia florestal.
O projeto da estudante de geografia Laryssa Pires é a elaboração de uma trilha biogeográfica etnobotânica como recurso didático no Jardim Botânico. Ela explica que a biogeografia é uma ciência que estuda a distribuição dos organismos pelo planeta e como essa distribuição está em função de fatores como clima e relevo. Já a etnobotânica é o estudo da relação entre as plantas e o ser vivo. Para conversar com o público, Laryssa escolhia uma espécie e pedia para os visitantes dizerem de onde ela é oriunda. “Como tem muita mangueira no Brasil todo, as pessoas acham que é daqui, mas ela tem origem na Ásia”, contou a bolsista.
Beatriz Araújo cursa Engenharia Florestal e estuda o desenvolvimento folhear para estimar a temperatura basal inferior. Ou seja, a partir das análises semanais do tamanho e número de folhas das espécies estudadas, ela busca estimar a temperatura em que ocorre o desenvolvimento dessas espécies. Na atividade de divulgação científica, Beatriz levou três das espécies estudadas e deixou que o público pegasse, observasse as mudas e tirasse dúvidas.
O estudante de biologia Guilherme Vieira usa trilhas e guias didáticos para trabalhar a botânica com turmas de ensino médio e fundamental. Na Feira do Meio Ambiente, ele falou sobre a importância de estudar e conservar as epífitas vasculares. O bolsista fez uma trilha com grupos e enquanto trazia informações e desmistificava mitos sobre as espécies, os visitantes puderam conhecer as plantas estudadas por ele.
A bolsista Thuane Sofi cursa engenharia florestal e tem um projeto de conservação de espécies de begônias em ex situ, ou seja, que são cultivadas fora do ambiente natural. Ela permitiu que os visitantes interajam com as plantas e solos, para criar uma conexão com as espécies. “Eles são o futuro, então se eles reconhecerem uma espécie na natureza, podem lembrar do que aprenderam aqui e pensar que elas são importantes e devem ser conservadas. É muito importante para o desenvolvimento deles com a natureza”, explicou a bolsista.
Com atividades para todas as idades, a Feira do Meio Ambiente foi um sucesso. Milena Costa, de 14 anos, gostou muito de todas as apresentações. “É um lugar muito divertido, nós aprendemos e brincamos ao mesmo tempo”, contou a aluna da Escola Municipal Professora Etiene de Souza, em Japeri.
No dia anterior, 05/06, foi comemorado o dia do Meio Ambiente, e outros bolsistas apresentaram suas pesquisas no Jardim Botânico da UFRRJ.
Texto e fotos: Manuella Gimenez – estagiária de Jornalismo
Supervisão: Alessandra de Carvalho – professora do curso de Jornalismo/UFRRJ
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